PUBLICIDADE

Operação Pagamento Imediato: Polícia Civil detalha supostas irregularidades em contrato da gestão Rogério Cruz

A Polícia Civil de Goiás divulgou novos detalhes sobre a Operação Pagamento Imediato, deflagrada nesta terça-feira, 18, que apura possíveis irregularidades em um contrato firmado durante a gestão do ex-prefeito Rogério Cruz, na Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, então comandada por Wilson Pollara. O acordo, celebrado em 2024 com o Instituto Idesp, de Palmas (TO), previa serviços de modernização administrativa.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Cleybio Januário, o contrato estipulava que os serviços seriam executados ao longo de 24 meses, com pagamento dividido em 12 parcelas. No entanto, a investigação apontou que R$ 11,68 milhões foram quitados em pouco mais de 35 dias, sem comprovação de que o trabalho contratado foi realizado.

“Foi verificada uma discrepância muito grande entre o que constava no contrato e o que ocorreu na prática”, afirmou o delegado ao Jornal Opção. A Polícia Civil também identificou que o instituto contratado não possuía especialização em modernização administrativa, atuando, na verdade, na área médica em Palmas. De acordo com depoimentos, a escolha da entidade teria ocorrido após uma simples busca na internet, resultando em uma contratação sem licitação.

A assessoria de Rogério Cruz informou ao Jornal Opção que o ex-prefeito não está entre os alvos da operação e que permanece à disposição das autoridades para esclarecimentos sobre condutas individuais de ex-servidores. A defesa de Pollara ainda não se manifestou.

Apreensões e bloqueio de bens

Durante o cumprimento de 13 mandados de busca e apreensão em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Senador Canedo, Distrito Federal, São Paulo e Palmas, a polícia encontrou um dos investigados em uma residência de luxo. No local, foram apreendidos cinco carros avaliados em mais de R$ 400 mil cada, além de computadores e documentos. A Justiça determinou o bloqueio de valores e o sequestro de bens para possível ressarcimento aos cofres públicos.

Crimes investigados

A operação apura suspeitas de fraude contratual, contratação direta ilegal, associação criminosa e corrupção ativa e passiva. Os nomes dos investigados não foram divulgados. A Polícia Civil confirmou que Rogério Cruz não é investigado no procedimento atual. Sobre Pollara — preso no fim de 2024 em outra operação — o delegado afirmou não poder confirmar nem negar sua inclusão entre os alvos.

Possível devolução de recursos

Caso haja recuperação financeira, o valor deverá ser devolvido aos cofres da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, atualmente sob gestão do prefeito Sandro Mabel. A administração municipal informou colaborar com as autoridades e reforçou que o contrato sob investigação foi firmado integralmente pela gestão anterior.