A Operação Check-up 192, deflagrada nesta sexta-feira (28) pela Controladoria-Geral da União (CGU) e pela Polícia Federal (PF), lança luz sobre um período de forte deterioração no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Goiânia. As investigações apontam suspeitas de desvios de recursos, serviços simulados e irregularidades na manutenção da frota entre 2022 e 2024 — período da gestão de Rogério Cruz (SD) em que o atendimento à população já apresentava sinais de colapso.
Foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão pela 5ª Vara Federal Criminal — sete em Goiânia e dois em Aparecida de Goiânia. Entre os investigados estão servidores municipais, empresas e pessoas físicas suspeitas de integrar um esquema que, segundo a CGU, mantinha ambulâncias paradas por longos períodos enquanto registrava despesas como se estivessem em pleno funcionamento. Há indícios de superfaturamento, uso de oficinas clandestinas e emissão de notas fiscais falsas.
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Frota reduzida e filas por atendimento
A precariedade do serviço se tornou evidente ao longo de 2024. Em julho, uma escala interna revelou que apenas cinco ambulâncias estavam realmente em circulação — número muito abaixo do necessário para atender a capital. Apesar disso, representantes da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) afirmavam que sete viaturas estavam operando.
Servidores denunciaram sobrecarga, falta de manutenção e abandono da frota. “Existe a frota aqui; se consertar, dá para trabalhar até resolver o problema”, relatou um trabalhador, sob anonimato. Outro descreveu o cenário como “insustentável”.
No mesmo período, foram registrados casos de pessoas que morreram por falta de atendimento do Samu, evidenciando o impacto direto da crise no serviço essencial.