Cinco comissões da Câmara dos Deputados aprovaram, em votação relâmpago, nesta quarta-feira (13), a destinação de R$ 7,6 bilhões em emendas de comissão ao Orçamento, sem debate, divulgação prévia ou maior transparência. As votações simbólicas duraram poucos segundos; no colegiado de Turismo, apenas um deputado estava presente.
Foram aprovadas emendas pelas comissões de Saúde (R$ 3,8 bilhões), Integração Nacional (R$ 1,2 bilhão), Esporte (R$ 1 bilhão), Turismo (R$ 950 milhões) e Desenvolvimento Urbano (R$ 550 milhões). Apenas a Comissão de Agricultura (R$ 100 milhões) não votou. As indicações vieram de líderes partidários.
Os colegiados são presididos por Laura Carneiro (PSD-RJ, Esporte), Zé Vitor (PL-MG, Saúde), Marcelo Álvaro Antônio (PL-MG, Turismo), Yury do Paredão (MDB-CE, Desenvolvimento Urbano) e Rodolfo Nogueira (PL-MS, Agricultura).
A celeridade com que a matéria foi aprovada, espantou alguns deputados, que cobraram mais transparência sobre a destinação do recuso público.
A deliberação ocorreu após reunião, no dia anterior, entre presidentes de comissões e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), na residência oficial. Os deputados foram avisados sobre as votações na noite do mesmo dia.
Agora, as comissões devem publicar as indicações e apresentá-las ao governo, que decide se libera ou não os recursos. Caso haja liberação, o nome do parlamentar que indicou deve ser informado. Em 2025, estão previstos R$ 11,5 bilhões em emendas de comissão, sendo R$ 7,7 bilhões para a Câmara e R$ 3,8 bilhões para o Senado.
