A Procuradoria-Geral da República pediu a condenação dos seis integrantes do chamado Núcleo 2, que gerenciou a tentativa de golpe de Estado. Nas alegações finais encaminhadas nesta segunda-feira ao Supremo Tribunal Federal, o procurador-geral, Paulo Gonet, aponta que as ações praticadas pela organização criminosa estão documentadas em conversas por aplicativos de mensagens, além de registros em arquivos eletrônicos.
Gonet também destacou a comprovação de que autoridades à época dos fatos descumpriram deliberadamente seus compromissos institucionais, “no âmbito das suas responsabilidades na segurança pública, de prevenir exatamente as barbaridades ocorridas”.
De acordo com o procurador, os réus acusados neste núcleo atuaram no monitoramento de autoridades e na elaboração de planos para neutralizá-las, na elaboração do decreto que romperia com as estruturas democráticas do país. E não foi só isso: mapearam pontos com maior concentração de eleitores do candidato rival para impedi-los de comparecerem às urnas no segundo turno das eleições de 2022.
Com a comprovação da participação dos seis, já denunciados à justiça, Gonet pede que eles sejam condenados pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e de golpe de Estado, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União.