O pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, admitiu ter recebido R$ 30 milhões do empresário Francisley Valdevino da Silva, o “Sheik do Bitcoin”, condenado a 56 anos de prisão por comandar um esquema de pirâmide financeira com criptomoedas.
O valor foi destinado à Central Gospel, editora de Malafaia, que enfrentava recuperação judicial desde 2019. O religioso afirma que a negociação não teve relação com os crimes atribuídos ao empresário:
“Ele colocou dinheiro na minha editora para me ajudar no momento mais difícil. O que eu tenho a ver com os crimes dele?”, declarou ao Metrópoles.
Além do aporte, Malafaia reconheceu que chegou a ser sócio de Francisley na empresa Alvox Gospel Livros Marketing Direto, criada em 2021. A parceria durou pouco mais de um ano e terminou antes da investigação da PF.
“Quando ele foi sócio comigo, não havia denúncia no Ministério Público nem na Polícia Federal contra ele”, justificou.
O pastor negou qualquer campanha para favorecer o ex-sócio ou envolver fiéis no negócio:
“Onde é que eu fiz propaganda para alguém? Em lugar nenhum”, reforçou.
A relação veio à tona após depoimento no processo contra Francisley, que teria movimentado R$ 4 bilhões entre 2018 e 2022 em um esquema que deixou prejuízo para cerca de 15 mil pessoas.
Malafaia diz estar sendo injustiçado:
“Querem me acusar de quê? Vão prender os 100 caras que tinham empresas com ele?”