QUEBRA DE BRAÇO NO CAMPO: PLANO SAFRA BILIONÁRIO ANUNCIADO, MAS SEM DINHEIRO NO CAIXA
Crise de Crédito no Agro Ameaça Plantio e Põe Estabilidade Econômica do País em Risco
O agronegócio brasileiro, pilar do superávit comercial do país, vive um paradoxo que beira o absurdo: O Governo Federal anuncia, com pompa, um Plano Safra com volumes recordes, mas milhões de produtores rurais encontram os cofres vazios nas agências bancárias, especialmente no Banco do Brasil, o principal motor do financiamento agrícola.
A situação não é apenas uma queixa burocrática; transformou-se em uma crise de liquidez que ameaça a próxima colheita e, consequentemente, a estabilidade das contas externas do Brasil.
A Contagem Regressiva da Safra: O Tempo Não Espera
A urgência é a palavra-chave no campo, algo que os gabinetes de Brasília parecem ignorar. Na agricultura, o tempo é um recurso esgotável. A janela ideal para o plantio — crucial para garantir a produtividade e a saúde das plantas — é estreita.
Produtores de todo o país estão com o planejamento pronto, insumos cotados e a terra esperando, mas permanecem paralisados. A falta de acesso imediato ao crédito de custeio impede a compra tempestiva de sementes e fertilizantes.
O atraso força o plantio fora do prazo ideal, aumentando drasticamente o risco de perdas por intempéries climáticas e reduzindo a produtividade. A ansiedade dos produtores é palpável: o erro de hoje, causado pela ineficiência do sistema financeiro, será pago com prejuízo na colheita.
Falha na Execução Põe a Balança Comercial em Xeque
O problema extrapola a porteira da fazenda. O crédito rural é o investimento que sustenta a principal fonte de geração de riqueza e de divisas do Brasil.
* Ameaça ao Superávit: O agronegócio é o grande responsável por gerar os superávits que equilibram a Balança Comercial. Uma safra reduzida por falta de financiamento se traduz diretamente em menos produtos para exportar e em uma queda drástica na entrada de dólares no país.
* Câmbio e Inflação: A diminuição das exportações pressiona a taxa de câmbio, desvalorizando o Real e encarecendo produtos importados. O fracasso logístico do Plano Safra se transforma rapidamente em um risco inflacionário para toda a sociedade brasileira.
* Credibilidade Global: A incerteza na produção e o risco de quebra de contratos futuros comprometem a imagem do Brasil como fornecedor confiável no mercado internacional, abrindo espaço para concorrentes.
Exigimos Providências: O Campo Não Pode Ser Refém
A inércia das autoridades é inadmissível. Não basta anunciar valores bilionários; é preciso garantir que o dinheiro esteja disponível para contratação e desembolso imediato.
Cobramos providências urgentes:
* Do Tesouro Nacional e Ministério da Fazenda: A subvenção federal, que torna os juros subsidiados possíveis, precisa ser liberada em fluxo contínuo e sem bloqueios. O Planos Safra é uma política pública estratégica, e o orçamento para sua execução não pode ser tratado como variável de corte.
* Do Banco do Brasil (BB): Embora o BB seja a principal ferramenta de repasse, é preciso que a instituição harmonize sua prudência (devido à inadimplência) com a urgência do setor. A análise de crédito deve ser eficiente e ágil, evitando que a lentidão burocrática mate a safra antes que ela comece.
O produtor rural fez o seu dever de casa. O governo anunciou a verba. É hora de as autoridades garantirem que a ponte entre o anúncio e o campo seja construída com a velocidade que o calendário agrícola exige. O tempo da colheita começa no tempo certo do plantio. E esse tempo é agora.