A prisão do presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Rodrigo Bacellar, nesta quarta-feira, foi baseada em conversas interceptadas pela Polícia Federal, entre Bacellar e o ex-deputado estadual conhecido como TH Joias, detido em setembro.
De acordo com a decisão judicial que determinou a prisão de Bacellar e o afastamento do parlamentar, há indícios de vazamento de informações sigilosas com o objetivo de frustrar o cumprimento de mandado de prisão do ex-deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Joias, na Operação Zargun.
Em uma comunicação interceptada, na noite anterior à prisão, TH Joias ativou um novo número de celular e logo depois procurou Bacellar, a quem chamou de “01”. Ainda de acordo com a PF, Bacellar orientou o ex-deputado a remover objetos de sua residência, para ocultar provas. Os dois também se falaram, pelo mesmo número, na manhã da operação, antes de TH ser detido.
Durante a Operação Zargun, também foram presas outras 14 pessoas. Segundo as investigações, o parlamentar tem ligação direta com líderes do Comando Vermelho, nas comunidades do Complexo do Alemão, da Maré e em Parada de Lucas, na zona norte carioca.
Além da prisão do presidente da Alerj nesta quarta, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão e um de intimação para medidas cautelares, todos expedidos pelo Supremo Tribunal Federal.
A ação cumpre decisão do Supremo no julgamento da ADPF das favelas, que determinou que a PF conduza investigações sobre a atuação dos principais grupos criminosos violentos em atividade no Rio de Janeiro e suas conexões com agentes públicos.
Em nota, a Alerj informou que ainda não foi comunicada oficialmente sobre a operação e que, assim que tiver acesso às informações, vai tomar as medidas cabíveis. A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Rodrigo Bacellar.
*Com informações da Agência Brasil