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Ninho do Urubu: familiares se indignam com absolvição de réus

Ninho do Urubu: familiares se indignam com absolvição de réus

A Associação dos Familiares de Vítimas do Incêndio no Ninho do Urubu, que reúne mães, pais, irmãos e demais familiares dos 10 adolescentes que morreram na tragédia, divulgou nota em que demonstra indignação com a decisão da justiça do Rio de Janeiro de absolver, nessa terça-feira (21), sete acusados. Outros quatro já haviam sido anteriormente absolvidos. Todos respondiam pelos crimes de incêndio culposo e lesão grave.

Ainda cabe recurso da decisão do juiz Tiago Fernandes Barros, da 36ª Vara Criminal da Capital, que considerou a ação improcedente.

A nota da associação destaca que ao não reconhecer a responsabilidade penal, a decisão judicial representa uma falha grave do sistema de justiça em seu papel pedagógico. E, por isso, reforça o dever de mobilização civil para fortalecer os mecanismos de fiscalização, transparência e responsabilidade em espaços de formação de jovens.

Para a advogada Paula Wolf, que representa o jovem Jorge Eduardo, que ficou ferido junto com outros dois atletas, a luta continua por justiça.

“É um resultado que causa indignação, tristeza. Não apenas às famílias que perderam seus filhos, seus irmãos, netos. Mas também a todo mundo que acreditava, e ainda acredita, na necessidade de identificar e punir os responsáveis por essa tragédia que poderia e deveria ter sido evitada. A sensação que fica é realmente de impunidade. É esse gosto amargo de ver que vidas tão jovens, tão preciosas, tão talentosas se perderam sem que ninguém fosse considerado pessoalmente responsável”.  

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro já havia pedido, em maio deste ano, a condenação de todos os acusados após ouvir mais de 40 testemunhas e, nesta quarta-feira, a Promotoria de Justiça junto à 36ª Vara Criminal informou que vai recorrer da decisão judicial.

O incêndio no Ninho do Urubu, o Centro de Treinamento do Clube de Regatas do Flamengo, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, ocorreu em fevereiro de 2019, nos conteiners usados como alojamento para atletas das categorias de base do clube. Vinte e seis jovens dormiam quando o fogo começou em um aparelho de ar condicionado. Dez morreram e três ficaram feridos. Depois de muita luta judicial, o Flamengo indenizou as famílias das vítimas.


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