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MP denuncia empresário que assassinou gari em Belo Horizonte

PF no Amazonas indicia agentes públicos por corrupção eleitoral

Praticamente um mês depois da morte do gari Laudemir de Sousa Fernandes, baleado enquanto trabalhava, a Polícia Civil concluiu o inquérito e o Ministério Público formalizou a denúncia contra o gestor de negócios Renê da Silva Nogueira Júnior por homicídio triplamente qualificado, por motivo fútil, meio que impossibilitou a defesa da vítima e perigo comum, e também pelos crimes de porte legal de arma de fogo, ameaça e fraude processual. O caso gerou grande comoção e repercussão.

Porém, apesar da rapidez na conclusão das investigações e da denúncia à justiça,  o processo deve se prolongar por vários meses. Segundo o promotor de justiça do 1º Tribunal do Júri de Belo Horizonte, Cláudio Barros, nos processos que envolvem homicídios há várias etapas antes de uma decisão final. 

“Nesse primeiro momento, oferecida a denúncia, cabe agora ao poder Judiciário apreciar, saber se é o caso de recebimento da denúncia. Na sequência, inicia-se, se assim for o caso, recebida a denúncia, a  primeira etapa desse procedimento, que é dividido em duas etapas. Ao final desse primeiro procedimento, em que são ouvidas testemunhas, tanto do Ministério Público como da defesa, o Judiciário poderá, se assim entender ao final, decidir pela submissão do acusado ao julgamento pelo tribunal do júri, o chamado tribunal popular.”

A delegada da Polícia Civil Ana Paula Lamego, esposa de Renê, foi indiciada pelos crimes de negligência e prevaricação, pois a arma usada no crime está registrada em nome dela e ela não teria tomado nenhuma medida ao ser informada pelo marido do disparo logo após o crime. O Ministério Público solicitou o desmembramento do inquérito e propôs um acordo de persecução penal, já que as penas previstas pelos crimes não chegam a quatro anos de prisão. 

O crime aconteceu em 11 de agosto no bairro Bela Vista, região oeste do Belo Horizonte. Conforme a denúncia, o gestor teria se irritado quando o caminhão de coleta de lixo teria bloqueado parcialmente a rua e ameaçou a motorista do veículo. Mesmo depois de a passagem ter sido liberada e o suspeito passar com o carro, ele desembarcou, sacou uma arma e atirou na direção dos garis. Laudemir foi atingido na barriga. Foi socorrido por uma equipe do SAMU, mas não resistiu. O autor fugiu do local, mas foi preso horas depois pela polícia militar em uma academia na região leste. Posteriormente, ele confessou o crime. As defesas de Renê e de Ana Paula ainda não se manifestaram sobre as denúncias.
 


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