PUBLICIDADE

Moraes: registros na agenda de Heleno são início da tentativa de golpe

Moraes: registros na agenda de Heleno são início da tentativa de golpe

Durante a apresentação de seu voto no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus, nesta terça-feira, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que anotações feitas à mão em uma agenda e documentos com “pensamentos” sobre a urna eletrônica foram os atos iniciais de uma tentativa de golpe de Estado.

Para Moraes, os itens provam a existência da trama. Com a afirmação, o ministro afastou um dos principais argumentos de algumas das defesas, de que essas provas seriam apenas ideias que, por isso, não poderiam ser consideradas atos criminosos.

“Agenda golpista”

Moraes mostrou imagens da agenda apreendida pela Polícia Federal e pertencente ao general Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e também réu na ação. A agenda tinha orientações para gerar descrédito no processo eleitoral.

“Não é razoável achar normal um general do Exército, um general quatro estrelas, ministro do GSI, ter uma agenda com anotações golpistas, ter uma agenda preparando a execução de atos para deslegitimar as eleições, para deslegitimar o Poder Judiciário e para se perpetuar no poder. Eu não consigo, ministro Flávio [Dino], entender como alguém pode achar normal numa democracia, em pleno século 21, uma agenda golpista.”


Brasília (DF) 09/09/2025 - O ministro relator Alexandre de Moraes durante sessão da Primeira Turma do  Supremo Tribunal Federal (STF) que retoma o julgamento dos réus do Núcleo 1 da trama golpista  Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

STF retoma julgamento de Bolsonaro e mais sete aliados, por Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Fake news sobre urnas

Moraes também trouxe documentos apreendidos no celular do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, com informações falsas sobre o processo eletrônico de votação que seriam apresentadas por Bolsonaro em uma de suas lives. 

A defesa de Ramagem alegou que os documentos eram registros para si próprio e que o material não seria apresentado a ninguém. Para Moraes, a alegação não é razoável. As medidas incluíam a utilização da Abin como “central de contrainteligência” do golpe, com a produção de informações e relatórios contra adversários e obstáculos da trama golpista, incluindo o monitoramento ilegal de alvos. Alexandre de Moraes frisou que quatro ministros do Supremo foram monitorados nas ações ilegais.

Próximos passos

O julgamento do núcleo crucial da trama golpista começou nesta terça-feira e deve se estender até sexta (12). Após o relator Alexandre de Moraes, ainda votam Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, presidente do colegiado e da sessão.

*Com informações da Agência Brasil.


Fonte