O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) disse que os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 não foram um “passeio para Disney” e sim o resultado de uma trama desenhada por uma organização criminosa.
“Não foi um domingo no parque, não foi um passeio na Disney. Foi uma tentativa de golpe de Estado. Não foi combustão espontânea. Não foram baderneiros descoordenados, que, ao som do flautista, todos fizeram fila e destruíram as sedes dos Três Poderes. Foi uma organização criminosa!”
A fala foi feita nesta quinta-feira (11) em um aparte ao voto da ministra Cármen Lúcia no julgamento da ação penal da trama golpista, que tem como réus o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete aliados.
Além de defender a ideia de organização criminosa, Alexandre de Moraes voltou a apontar o ex-presidente como líder da trama golpista usando vídeos desde o ato de 7 de setembro de 2021 até o das invasões de 8 de janeiro 2023, especialmente um vídeo das invasões de 8 de janeiro em que um homem derruba um relógio do Século XVIII, usando uma camiseta da campanha de Bolsonaro para Presidência da República.
“Com a figura do presidente se destrói o relógio dado, vindo ao Brasil com Dom João VI. Todos se recordam disso. Ele não está com a comisa de nenhum dos outros corréus. Está com a camisa de Jair Bolsonaro”.
As declarações de Moraes contrastam com o voto do ministro Luiz Fux que refutou a ideia de organização criminosa, de tentativa de golpe de Estado e de abolição violenta do estado de direito. Em seu voto, Fux inocentou Bolsonaro e condenou seu ajudante de ordens Mauro Cid pelo crime de abolição do Estado Democrático de Direito.
