O Ministério Público do Rio de Janeiro apontou, em relatório, duas mortes atípicas na megaoperação realizada pelas polícias do estado no último dia 28 de outubro. A ação deixou 121 mortos, quatro deles policiais.
O documento aponta que essas duas mortes atípicas ocorreram fora do contexto esperado para o confronto policial ocorrido. Um dos corpos estava decapitado por instrumento cortante, e o outro apresentava marcas de tiros à curta distância.
Os dados foram apurados pelo MP após acompanhamento da perícia dos corpos. As informações foram encaminhadas nesta quarta-feira para o ministro do STF Alexandre de Moraes.
Os demais cadáveres estavam com lesões internas e externas provocadas por tiros de fuzil. A maioria dessas lesões estava localizada na região do tórax e do abdômen, características típicas de confrontos armados, segundo os promotores.
O relatório ainda confirmou que todos os mortos eram homens, com idades entre 20 e 30 anos.
O Ministério Público também informou ao STF os próximos passos do trabalho de investigação. Os promotores vão analisar as imagens das câmeras corporais dos policiais que participaram da operação.
O relatório foi anexado ao processo conhecido como ADPF das Favelas, aberto em 2019. Na ação, a Corte determinou diversas medidas para redução da letalidade durante operações em comunidades do Rio de Janeiro, como câmeras nas viaturas, proporcionalidade no uso da força e presença obrigatória de ambulâncias em operações policiais.
O ministro Alexandre de Moraes é o relator temporário da ação.
De acordo com a Delegacia de Homicídios da Capital as circunstâncias das mortes estão sendo investigadas e todos os laudos de necropsia foram produzidos pelos peritos oficiais do Instituto Médico Legal, da Polícia Civil.
*Com informações da Agência Brasil