Durante a megaoperação Carbono Oculto, realizada nesta quinta-feira (28/8), a Receita Federal identificou que o grupo criminoso ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC) usou recursos ilícitos para adquirir ativos de alto valor. A ofensiva ocorreu em oito estados e foi coordenada pelo Gaeco (Ministério Público de SP) e pela Receita Federal.
Segundo a investigação, os criminosos reinvestiam o lucro de fraudes no setor de combustíveis em negócios legais, ocultando patrimônio por meio de ao menos 40 fundos de investimento com valor estimado em R$ 30 bilhões.
Bens comprados com dinheiro do esquema:
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Um terminal portuário
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Quatro usinas de álcool (duas em negociação)
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1.600 caminhões para transporte de combustível
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Seis fazendas no interior de SP (avaliadas em R$ 31 milhões)
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Uma mansão em Trancoso (BA), comprada por R$ 13 milhões
Grande parte dos fundos era fechada, com apenas um cotista — normalmente outro fundo — o que criava camadas sucessivas de ocultação. A suspeita é de que as administradoras dos fundos sabiam do esquema e não cumpriam obrigações fiscais, dificultando o rastreamento das operações.
A investigação mostra que o esquema se expandiu por toda a cadeia produtiva dos combustíveis — da importação ao consumidor final — e utilizava fintechs e estruturas financeiras para lavar dinheiro e blindar o patrimônio.