Um levantamento mostra que a operadora de saúde Hapvida enfrenta uma enxurrada de ações judiciais em Goiás. Entre janeiro de 2023 e setembro de 2025, foram protocolados 8.348 processos cíveis no Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), a maioria envolvendo pedidos de indenização e negativa de cobertura de tratamentos médicos.
Além das ações na Justiça, a empresa acumula R$ 27 milhões em multas aplicadas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e outras penalidades do Procon Goiás, que somam R$ 4,64 milhões.
O empresário Márcio Lima, 49 anos, é um dos pacientes que denunciam falhas da operadora. Ele afirma ter sido vítima de negligência médica em procedimento realizado pelo neurocirurgião Tiago Vinícius Silva Fernandes, que, segundo ele, deixou sequelas em diversos pacientes.
“O neurocirurgião que fez a minha cirurgia teve problema com quase 12 pessoas do plano, e o chefe da neurocirurgia, Fernando Simões, omitiu, não fez e não disse nada”, declarou em vídeo divulgado nesta terça-feira (9).
Márcio foi submetido a uma cirurgia em dezembro de 2024 e ficou com perda permanente de mobilidade. Desde então, afirma ter identificado ao menos oito pacientes que moveram ações contra o mesmo médico. Mais recentemente, um novo caso veio à tona, reforçando as suspeitas.
“Surgiu mais uma pessoa. Estamos analisando o que podemos fazer, pois é preciso ter cuidado ao buscar essas denúncias”, acrescentou.
As acusações já foram encaminhadas ao Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), ao Ministério Público de Goiás e à Polícia Civil.
Márcio conclui que a postura da empresa é de protelação:
“Quanto mais desinformação e demora, melhor para o plano. Tenho denunciado e continuarei denunciando essa situação.”