PUBLICIDADE

Governo central registra déficit primário de R$ 59,1 bilhões em julho, pior resultado para o mês desde 2020

por: Jhulie Pinho

O governo central — que reúne Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social — encerrou julho de 2025 com um déficit primário de R$ 59,1 bilhões, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (28) pelo Tesouro Nacional. Este é o pior desempenho para o mês em cinco anos, ficando atrás apenas de julho de 2020, quando o rombo alcançou R$ 87,8 bilhões.

O resultado negativo foi influenciado, principalmente, pelo pagamento de precatórios, que pressionou os gastos da Previdência e as despesas com o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Além disso, o reajuste do salário mínimo e a ampliação do número de beneficiários também contribuíram para o aumento das despesas.

Nos últimos 12 meses, o déficit acumulado soma R$ 34,1 bilhões, equivalente a 0,3% do PIB. Entre janeiro e julho, o saldo negativo chegou a R$ 70,3 bilhões, número mais favorável do que no mesmo período de 2024, quando o déficit atingiu R$ 76,2 bilhões.

Na comparação com julho do ano passado, as despesas totais cresceram 28,3%, representando um acréscimo de R$ 57,4 bilhões. Já a receita líquida avançou apenas 3,9% (R$ 7,6 bilhões).

Mesmo com a alta modesta, a arrecadação foi beneficiada pelo crescimento de 5,8% nas chamadas receitas administradas — que englobam impostos e tributos. Nesse grupo, destacaram-se pagamentos extraordinários de empresas, especialmente do setor financeiro.

Por outro lado, os gastos tiveram impacto menor com créditos extraordinários do que em 2024, quando as despesas aumentaram significativamente por causa das chuvas no Rio Grande do Sul. Em julho deste ano, o governo destinou R$ 908,4 milhões para ressarcir beneficiários do INSS que sofreram descontos indevidos.

plugins premium WordPress