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Goiânia cancela R$ 41 milhões em restos a pagar; medida atinge mais de R$ 24 milhões da Comurg e é considerada prática comum

A Prefeitura de Goiânia publicou, na sexta-feira (5), um decreto que cancela R$ 41,09 milhões em restos a pagar dos exercícios de 2022 e 2023 — incluindo quase R$ 25,5 milhões destinados à Comurg em mais de 90 processos. Esses valores correspondem a despesas empenhadas em anos anteriores, mas que ainda não haviam sido quitadas.

Segundo Sucena Hummel, presidente do Conselho Regional de Contabilidade de Goiás (CRCGO), o procedimento é previsto em lei e não configura “calote”. Ela explica que o cancelamento de restos a pagar é uma prática comum na administração pública e ocorre quando despesas empenhadas não foram liquidadas, seja por falta de entrega do serviço, execução incompleta ou ausência de nota fiscal.

Hummel ressalta que fornecedores que realmente prestaram serviços não ficam prejudicados. Caso alguma despesa seja cancelada por engano, a empresa pode abrir processo administrativo e receber normalmente. Ela também aponta que, embora o cancelamento geralmente ocorra entre março e abril, este ano foi realizado agora devido ao início de uma nova gestão.

A Secretaria Municipal de Finanças (Sefaz) reforçou, por meio do decreto, que o cancelamento não impede eventuais pagamentos futuros, desde que cumpridos os requisitos legais previstos no art. 37 da Lei nº 4.320/1964.

Dos R$ 41,09 milhões cancelados, cerca de R$ 24,4 milhões eram destinados à Comurg e estavam vinculados a processos de diferentes pastas municipais, como Semad, Seinfra, GoiâniaTur e Semel. A Comurg foi procurada para informar se pretende pedir revisão dos valores cancelados e ainda não respondeu.