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Especialistas apontam debate no STF sobre embargos infringentes

Especialistas apontam debate no STF sobre embargos infringentes

Com os votos de absolvição do ministro Luiz Fux, especialistas acreditam que as defesas podem fazer o Supremo Tribunal Federal se posicionar novamente sobre a possibilidade de embargos infringentes. É um tipo de recurso contra decisão não unânime e que pode levar o caso para o plenário e alterar o resultado.

De acordo com o STF, somente se houver dois votos pela absolvição por um mesmo delito cabem embargos infringentes. Essa regra surgiu em 2018, numa ação penal contra o ex-deputado Paulo Maluf.

No entanto, a advogada e professora de direito constitucional Damares Medina afirma que o regimento interno do Supremo diz que, sem unanimidade da turma, a defesa pode recorrer ao plenário.

De acordo com essa redação atual do artigo 333, eu acho absolutamente inconstitucional você restringir o cabimento de embargos infringentes a necessariamente dois votos. E ainda que, aí numa visão de constitucionalista não tivesse previsão regimental para embargos infringentes, o princípio constitucional do duplo grau de jurisdição assegura a todos a revisão de uma decisão judicial.

O criminalista Antonio Gonçalves considera essa uma questão controversa e que deve ser resolvida após o pedido das defesas.

E não há também uma pacificação no entendimento do próprio Supremo Tribunal Federal sobre a recepção ou não desse tipo de recurso, já que a maioria da corte entende que seria necessário ter dois votos de absolvição e não apenas um. Mas como é uma matéria controvertida, as defesas devem ingressar assim mesmo e ver o qual vai ser o resultado da apreciação da corte.

De acordo com o criminalista, o plenário deve ser acionado para avaliar se aceita ou não o recurso. Se os ministros concordarem, aí sim, vão analisar o mérito dos argumentos das defesas.


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