A Polícia da Cidade de Buenos Aires cumpriu, nesta sexta-feira (22), 14 mandados de busca em meio às investigações sobre um suposto esquema de propinas que envolve pessoas próximas ao presidente da Argentina, Javier Milei.
A operação foi deflagrada após o vazamento de áudios atribuídos a Diego Spagnuolo, ex-diretor da Agência Nacional de Deficiência (Andis) e ex-advogado pessoal de Milei. Nos áudios, Spagnuolo afirma que Karina Milei, irmã do presidente e atual secretária-geral da Presidência, estaria diretamente ligada às cobranças ilegais.
Áudios Comprometedores
Nas gravações, Spagnuolo alega ter alertado Milei sobre as irregularidades:
“Javier, você sabe que estão roubando, que a sua irmã está roubando”, diz em um dos trechos. Ele também afirma possuir conversas de WhatsApp como prova do esquema.
Segundo as denúncias, a distribuidora de medicamentos Suizo Argentina cobrava 8% de propina de fornecedores para garantir contratos com o Estado. Do total, 3% seriam destinados a Karina Milei. O esquema, ainda de acordo com as investigações, poderia movimentar entre US$ 500 mil e US$ 1 milhão por mês.
Mandados e Apreensões
As buscas ocorreram na sede da Andis, na farmacêutica Suizo Argentina e em residências de investigados, incluindo a do empresário Emmanuel Kovalivker, dono da distribuidora. A polícia apreendeu quase US$ 200 mil em espécie, além de computadores, contratos e documentos. Em um veículo ligado a Kovalivker, foram encontrados envelopes com grande quantidade de dólares.
Por enquanto, o Ministério Público não solicitou prisões, priorizando a coleta de provas digitais e documentais que confirmem a existência do esquema.
Crise Política
O caso surge em um momento delicado para Javier Milei, que já enfrenta derrotas no Congresso e desgaste político. Até o momento, nem Spagnuolo nem a Casa Rosada desmentiram o conteúdo dos áudios.