Por: (Eube Messias)
As eleições de 2026 para o governo de Goiás prometem ser uma das mais disputadas das últimas décadas. Os principais pré-candidatos que se movimentam nos bastidores carregam histórias, forças políticas e também fragilidades que podem definir o rumo da corrida eleitoral.
Daniel Vilela (MDB): o favorito e nome a ser batido

Daniel Vilela chega ao pleito em posição privilegiada. Vice-governador de Ronaldo Caiado, ele assumirá o governo durante a campanha, o que lhe dará ainda mais visibilidade. Além disso, comanda o MDB em Goiás. Nacionalmente o partido é aliado direto do presidente Lula, fator que reforça sua base de apoio.
Pontos fortes:
- Lidera todas as pesquisas de intenção de voto até aqui.
- Herdará a máquina estadual no período eleitoral, o que pode impulsionar sua candidatura.
- Ampla aliança política, com apoio de inúmeros prefeitos e partidos da base de Caiado.
- Experiência como vereador, deputado estadual, deputado federal e candidato a governador.
Pontos fracos:
- Já foi derrotado em 2018 por Ronaldo Caiado, o que levanta dúvidas sobre sua capacidade de enfrentar campanhas duras.
- Pode ser rotulado como continuidade de Caiado, o que tanto pode ser vantagem como risco, dependendo da avaliação popular do atual governo.
- A ligação com o governo federal pode ser explorada pela oposição de direita em um estado historicamente conservador.
Wilder Morais (PL): a aposta da direita bolsonarista

Senador da República e presidente do PL em Goiás, Wilder Morais tenta se firmar como principal representante da direita no estado. Ele nunca disputou o governo, mas conta com a força do bolsonarismo e pode crescer se unificar a base conservadora.
Pontos fortes:
- Apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro e do eleitorado de direita.
- Empresário bem-sucedido, pode explorar o discurso da gestão eficiente.
- Figura relativamente nova no cenário majoritário, o que pode atrair o eleitorado antipolítica tradicional.
Pontos fracos:
- Pouca experiência administrativa pública: nunca governou ou ocupou cargos de gestão.
- Ingresso na vida pública se deu por suplência e como secretário, o que pode ser visto como fragilidade política.
- Dependência de alianças sólidas: se não conseguir agregar a direita, pode perder espaço para Marconi ou até mesmo para Daniel.
Marconi Perillo (PSDB): o veterano em busca do penta

Marconi Perillo é um dos políticos mais vitoriosos da história de Goiás. Com quatro mandatos de governador, já foi senador, deputado federal e hoje comanda o PSDB nacionalmente. Sua volta à cena é carregada de simbolismo: o tucano busca o “penta” no governo.
Pontos fortes:
- Experiência comprovada: governou Goiás por 16 anos e tem histórico de grandes vitórias eleitorais.
- Capacidade de articulação política e reconhecimento nacional.
- Carrega a marca de nunca ter perdido uma eleição para governador.
- Nome com forte recall no eleitorado goiano.
Pontos fracos:
- Rompimento histórico com Ronaldo Caiado, hoje seu principal adversário político.
- O PSDB perdeu espaço nacionalmente e não faz parte do governo Lula.
- Precisa definir com clareza se se alinhará à direita ou à esquerda. A indecisão pode afastar eleitores.
- Enfrenta a força da máquina estadual e a resistência de setores que já o consideram parte do passado político.
O PT e a fragilidade histórica em Goiás
Apesar de o partido ocupar a presidência da República com Lula, o PT segue irrelevante eleitoralmente em Goiás no cenário para o governo do estado. Historicamente, a sigla nunca conseguiu viabilizar um candidato competitivo no estado e, até o momento, não apresenta nomes capazes de romper essa barreira.
Cenário geral
A disputa em Goiás em 2026 se desenha em torno de três grandes nomes: Daniel Vilela, favorito com a máquina em mãos; Wilder Morais, a aposta do bolsonarismo; e Marconi Perillo, o veterano que tenta renascer eleitoralmente.
Enquanto isso, a esquerda petista permanece sem força competitiva local, limitando-se ao apoio indireto. A eleição tende a ser marcada pelo embate entre continuidade (representada por Daniel), novidade (com Wilder) e tradição (com Marconi).
No fim, restará saber: Goiás repetirá a escolha pelo novo, dará uma nova chance ao velho comandante ou confirmará o favoritismo do atual vice governador?