O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) movimentou R$ 30,6 milhões entre março de 2023 e fevereiro de 2024, segundo relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) analisado pela Polícia Federal (PF). A investigação está ligada ao inquérito que apura suspeitas de coação no curso do processo e tentativa de golpe de Estado.
O documento aponta que, no período, foram identificados R$ 30,57 milhões em créditos e R$ 30,59 milhões em débitos.
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Entradas: mais de 60% dos créditos ocorreram via PIX, somando R$ 19,3 milhões em 1,2 milhão de lançamentos.
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Saídas: mais de 50% dos débitos foram aplicações em CDBs e RDBs, totalizando R$ 18,3 milhões em seis operações.
No total, entre março de 2023 e junho de 2025, as movimentações chegaram a R$ 44,28 milhões em entradas e R$ 44,3 milhões em saídas.
Transferências para Eduardo e Michelle Bolsonaro
A PF também identificou transferências milionárias para familiares do ex-presidente:
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Eduardo Bolsonaro: recebeu R$ 2,1 milhões entre dezembro de 2024 e junho de 2025, incluindo um repasse de R$ 2 milhões em 13 de maio.
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Michelle Bolsonaro: recebeu R$ 2 milhões no mesmo período.
Além disso, Eduardo Bolsonaro movimentou R$ 4,16 milhões em créditos e R$ 4,14 milhões em débitos entre setembro de 2023 e junho de 2025.
Contexto da investigação
Os Relatórios de Inteligência Financeira (RIF) não indicam crime por si só, mas servem como base para investigações de lavagem de dinheiro, corrupção e obstrução de justiça.
A PF destaca que essa análise ocorre no contexto de um inquérito que apura coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Na última quarta-feira (20), Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro foram indiciados por coação e tentativa de golpe após suposta atuação para pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF).